O advogado Daniel Romano Hajaj, advogado especialista em Direito de Família, explica se padrastos podem ser obrigados a pagar pensão
O deputado Kim Kataguiri propôs um projeto de lei para eliminar a figura do “pai socioafetivo” para fins de pensão alimentícia, defendendo que apenas pais biológicos ou adotivos devem ter essa obrigação. A proposta visa encerrar a responsabilidade de homens que, sem serem pais biológicos ou adotivos, criaram e sustentaram uma criança. O advogado Daniel Romano Hajaj, advogado especialista em Direito de Família, explica a PL.
“O projeto de lei, busca separar as relações de afeto, ou seja, o carinho e consideração que o padrastro/madastra nutrem pelos enteados da questão patrimonial. O autor do projeto de lei entende que a questão afetiva, que não gera parentesco, não deve acarretar o pagamento de pensão alimentícia, defendendo que essa deve se limitar à relação de parentesco sanguíneo ou de adoção”, comenta.
De acordo o advogado, atualmente os padrastos podem ser obrigados a pagar pensão. “Mas desde que preenchidos os requisitos objetivos, ou seja, vontade inequívoca de ser reconhecido com pai ou mãe, vínculo afetivo contínuo e participação ativa na criação e sustento da criança.”, esclarece.
Segundo Daniel Romano Hajaj, embora possa ser confundido, pai sócio afetivo não necessário se resume ao padrasto. “Já que existem casos em que tios ou outros parentes, e até amigos, entram com o pedido de reconhecimento da parentalidade socioafetiva”, acrescenta.
Ele destaca quando surge a obrigação de pensão socioafetiva. “Essa obrigação, hoje, surge no momento em que o interessado, pai ou mãe socioafetivo, quer ser reconhecido como tal em relação à criança, devendo ter uma relação de afinidade e estando presente, tanto na criação, quanto no sustento da criança.”
Em um mercado cada vez mais saturado e competitivo, é surpreendente constatar que muitas empresas ainda operam sem uma estratégia competitiva clara e, pior, sem qualquer iniciativa estruturada de diferenciação. Ao longo dos últimos anos, atuando com planejamento estratégico e posicionamento competitivo em setores diversos como o agronegócio, varejo, indústria e serviços, identifiquei um padrão alarmante: quando questionadas sobre sua estratégia de diferenciação, a maioria das lideranças não consegue apontar, com clareza, quais atividades realmente tornam suas empresas únicas no mercado. Essa ausência de clareza estratégica revela um problema profundo: inúmeras organizações simplesmente não sabem o que as diferencia. E, sem diferenciação, não há valor percebido , e sem valor percebido, a disputa no mercado se resume à guerra de preços. Quando uma empresa não conhece seus diferenciais, ela inevitavelmente se mistura à concorrência. Nesse cenário, o menor preço passa a ser o único argumento de venda, comprometendo margens de lucro e sufocando possibilidades de crescimento sustentável. Mais do que uma questão de marketing, a diferenciação é um ativo estratégico. Ela é o que permite a uma organização entregar valor de forma distinta, criar experiências únicas para seus clientes e estabelecer uma posição de liderança real em seu segmento. Empresas que não trabalham ativamente sua diferenciação operam na superficialidade e limitam drasticamente seu potencial competitivo. A construção de uma estratégia competitiva robusta exige um mergulho profundo na essência do negócio. É preciso mapear e compreender os reais diferenciais competitivos, as atividades-chave que são executadas de maneira singular e como isso se traduz em valor tangível para o cliente. É necessário refletir: o que, de fato, fazemos diferente dos nossos concorrentes? De que forma essa diferença gera valor percebido? Como nosso mix de valor é construído, entregue e comunicado ao mercado? Mais do que formular respostas, é preciso colocar a estratégia em prática. Isso implica revisitar constantemente o posicionamento, ajustar rotas diante das mudanças de mercado e se adaptar aos novos comportamentos do consumidor. O principal motivo pelo qual tantas empresas falham nesse processo é a subestimação do valor de uma estratégia sólida. Falta conhecimento técnico, foco gerencial e dedicação genuína à construção de uma identidade competitiva clara. Muitos líderes ainda enxergam a estratégia como algo secundário, um luxo reservado às grandes corporações. Mas, na realidade, ela é a base da sobrevivência e do crescimento lucrativo, especialmente em mercados onde a padronização tem tornado empresas cada vez mais parecidas entre si. Em um cenário onde a comoditização avança, ser diferente não é mais uma opção: é uma necessidade urgente. Estratégia e diferenciação caminham juntas e formam o alicerce sobre o qual se constrói uma empresa forte, relevante e duradoura. É hora de abandonar a zona comum e investir, de forma intencional, na construção de uma vantagem competitiva autêntica. O mercado não perdoa a mesmice . mas recompensa, com força, quem escolhe ser único.
A próxima edição da Rota do Networking, iniciativa da Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil no Ceará (ADVB-CE), terá como protagonista o empresário Marcelo Pimentel, sócio do Butcher’s e do Pim Food. O evento será realizado no dia 30, no restaurante Butcher’s, em Fortaleza, reunindo empreendedores e líderes interessados em discutir os desafios de empreender na gastronomia.
Para Pimentel, o setor exige muito mais do que boas receitas. “Quando criamos o Butcher’s, queríamos oferecer algo maior do que um restaurante. Gestão, equipe e inovação são tão importantes quanto o sabor no prato. O desafio é transformar a experiência em algo memorável para o cliente”, afirma.
A programação inclui um bate-papo sobre estratégias de gestão e inovação no setor gastronômico, além da oportunidade de os participantes conhecerem de perto a tradição do Butcher’s. “Aqui a carne não é só um corte, é um ritual. Desde a escolha até o preparo, tudo é pensado para que cada cliente viva uma experiência única”, acrescenta Carlão, também à frente da casa.
O presidente da ADVB-CE, Wladson Sidney, destaca que a proposta do encontro é inspirar e aproximar diferentes setores da economia. “O exemplo do Marcelo mostra que inovação não é exclusiva da tecnologia. Ela também se traduz em gestão, experiência e visão de futuro, mesmo em áreas tradicionais como a gastronomia. A Rota do Networking existe justamente para valorizar essas trajetórias e estimular conexões que geram novos negócios”, pontua.
O evento é gratuito para associados ADVB. Para convidados, a inscrição é gratuita, com consumação por adesão.
A Rota do Networking se consolida como espaço de troca de experiências e fortalecimento do empreendedorismo cearense.
Por que empresas precisam alinhar expansão à rentabilidade
Em meio a números impressionantes de faturamento e expansão, muitas empresas comemoram crescimento sem perceber um risco silencioso: a perda de lucratividade.
Recentemente, um caso emblemático no varejo chamou atenção: uma empresa que atendia redes e atuava na distribuição faturava cerca de 180 milhões de reais e projetava dobrar esse número no ano seguinte. A euforia era grande, mas uma análise detalhada revelou um problema crítico: não havia caixa suficiente para sustentar aquele ritmo de crescimento.
A operação exigia mais recursos do que a margem conseguia entregar. Em outras palavras, a empresa crescia sem gerar lucro. Para os sócios, a surpresa foi enorme. Crescimento era sinônimo de sucesso, e ninguém havia considerado os impactos sobre estrutura de custos, capital de giro e margem operacional. A solução exigiu um passo atrás: reestruturação de custos, revisão da operação e planejamento de expansão baseado em um modelo sustentável.
Crédito da foto: MANOEL LINS –Manoel Lins – Sócio da Auddas e tem mais de 25 anos de experiência em Planejamento Estratégico. É Administrador de empresas, com pós-graduação em Marketing, possui MBA em Gestão Empresarial, Formação em Estratégia e Finanças em Harvard, Mestrado em Estratégia
Situações como essa são mais comuns do que se imagina. Muitas organizações ainda operam sob o paradigma de que faturar mais automaticamente representa sucesso.
Faturamento é importante, mas sem lucro, o crescimento se torna um risco oculto. O problema está na falta de visão clara de sustentabilidade e na desconexão entre expansão e rentabilidade, um erro que pode comprometer a saúde financeira do negócio a médio e longo prazo.
Evitar esse cenário exige disciplina e planejamento. O ponto de partida é projetar crescimento de forma realista, com premissas desafiadoras, mas possíveis. Em seguida, é fundamental analisar o impacto desse avanço sobre custos e despesas, avaliando se a operação conseguirá sustentar o ritmo e, sobretudo, gerar lucro e caixa.
Além disso, é essencial que empresas invistam em indicadores de desempenho que reflitam não apenas o crescimento de vendas, mas também a saúde financeira real do negócio. Margens de lucro, retorno sobre investimento, eficiência operacional e fluxo de caixa devem ser acompanhados de perto.
Ignorar esses dados significa avançar às cegas e, muitas vezes, comprometer anos de trabalho e reputação conquistada. A cultura organizacional também desempenha papel decisivo. Sócios e equipes precisam compreender que expansão sem rentabilidade é um caminho instável.
É necessário criar processos internos que integrem planejamento estratégico, gestão financeira e controle de custos, garantindo que cada decisão de crescimento seja sustentada por números sólidos. Crescer de forma saudável, portanto, não é apenas uma questão de ambição, mas de inteligência e disciplina empresarial.
Crédito da foto: MANOEL LINS –Manoel Lins – Sócio da Auddas e tem mais de 25 anos de experiência em Planejamento Estratégico. É Administrador de empresas, com pós-graduação em Marketing, possui MBA em Gestão Empresarial, Formação em Estratégia e Finanças em Harvard, Mestrado em Estratégia
Crescimento e lucratividade não são conceitos opostos, mas complementares. Empresas que conseguem equilibrar esses dois pilares garantem desempenho de excelência, sustentabilidade e longevidade. No fim, o verdadeiro sucesso não está apenas em crescer, mas em crescer com saúde financeira, mantendo a empresa viva, rentável e preparada para os desafios futuros.