Por meio de um processo seguro de digitalização, a plataforma da Nui Markets reduz a informalidade que ainda marca as transações do mercado brasileiro;
A neozelandesa Nui Markets traz ao Brasil uma plataforma online de comercialização de produtos agrícolas, com foco, inicialmente, em laticínios e biocombustíveis (etanol e biodiesel). A tecnologia da empresa, que já conta com equipe local no Brasil, permite uma transparência inédita às negociações de produtos agrícolas, principalmente de derivados do leite, ainda marcadas por informalidade, intermediários, transações a partir de contatos pessoais e até via WhatsApp.
A plataforma online da Nui reúne oferta e procura em um único espaço digital e permite uma área reservada de negociação dos produtos de seus clientes. Todas as empresas são verificadas para garantir segurança a quem negocia. Ao estabelecer imparcialidade e diretrizes éticas, o sistema da Nui promove visibilidade e transparência dos preços como compliance, colocando de escanteio a informalidade e as tratativas pessoais ainda existentes nesse universo.
No Brasil, os clientes da Nui já negociam produtos como leite em pó, lactose e queijo com Estados Unidos, Argentina e Uruguai. No Brasil a plataforma também opera no setor de energia (biodiesel e etanol). A equipe da Nui trabalha presencialmente no Brasil, Argentina, Estados Unidos, Europa, Singapura e Dubai, além da sede, na Nova Zelândia.
À frente da Nui Markets para o Mercosul está o brasileiro Otávio Farias. “A tecnologia empregada substitui informalidade por transparência, permitindo observar o comportamento dos mercados em tempo real e definir valores com base em múltiplas referências e índices”, explica o executivo com ampla experiência no setor de laticínios. “A Nui é uma aliada de vendedores e compradores e uma importante iniciativa no combate à especulação”, define.
O comércio digital que a Nui Markets disponibiliza no Brasil aumenta a eficiência comercial das operações reduzindo custos administrativos e de aquisição de matéria-prima. Negociações que levavam semanas para serem efetuadas ocorrem em questão de minutos, de forma transparente e segura. Outra vantagem competitiva é o acesso a novos mercados para as empresas que utilizam a Nui, o alcance global da plataforma amplia suas fontes de fornecedores e compradores.
Início da operação no Brasil já tem casos de sucesso
Alvoar Lácteos
Com mercado em tendência de queda, volatilidade e incerteza de preço, a plataforma da Nui entregou um novo preço atualizado para 340 toneladas de lactose de dezembro/2022 a abril/2023
A volatilidade de preços da lactose nos EUA na primeira metade de 2023 foi um desafio para o mercado. No segundo trimestre de 2023, por exemplo, o preço caiu consideravelmente em relação ao período anterior, acentuando impasses e especulações entre os negociantes. Foi nesse contexto que a brasileira Alvoar Lácteos, uma das maiores indústrias de laticínios do país, lançou uma oferta de compra de lactose na plataforma da Nui para atrair mais vendedores ao mercado, criando uma concorrência transparente para a descoberta de preços. Já na primeira negociação surgiram proponentes ativos e contrapropostas e foram comercializadas 57 toneladas de lactose. A negociação seguinte foi ainda mais bem-sucedida, com maior número de licitantes ativos e 286 toneladas negociadas. À época, os dados dessas transações contribuíram para a derivação de novos preços de mercado para a lactose. A redução promovida pela Nui beneficiou todas as negociações nos 3 trimestres subsequentes, estendendo ganhos até o ano seguinte.
Hershey’s
Oferta na hora certa e expectativa de volume negociado superada
No terceiro trimestre de 2023, a americana Hershey ‘s e sua equipe no Brasil planejavam uma licitação de compras prevista para ocorrer no segundo trimestre de 2024. A intenção era adquirir 240 toneladas de leite em pó integral. A Nui Markets recomendou que a licitação fosse antecipada, em sua plataforma, para o quarto trimestre de 2023, sinalizando ganhos concretos para a operação. Ocorrida em dezembro do ano passado, a licitação reuniu diversos vendedores e permitiu uma definição de preços considerada fator-chave para os participantes. Realizada em 15 minutos, a negociação permitiu a Hershey’s dedicar um terço dos volumes finais a três vendedores diferentes. A previsão inicial de aquisição de 240 toneladas foi superada, permitindo negócios da ordem de 300 toneladas.
Globalmente, a plataforma da Nui opera atualmente com 569 companhias, em 77 países, um montante de mais de 343 mil toneladas de produtos agrícolas negociados. A empresa vem operando na Europa desde 2016; nos Estados Unidos, onde chegou em 2022, já supera a marca de 90 companhias em operação.
Mesmo com o expressivo crescimento das buscas online por insumos agrícolas, os canais de venda digital do agro ainda não aproveitam o potencial comercial da Black Friday.
A data segue como uma das principais do varejo digital brasileiro, mas ainda passa quase despercebida pelas plataformas do agronegócio. A constatação aparece no estudo “Black Friday no agro: os marketplaces do setor aproveitam a data?”, conduzido pela Macfor, agência full de marketing digital, que analisou o comportamento das empresas durante a edição de 2025, com base em dados coletados por sua tecnologia proprietária.
Créditos da Foto: Divulgação
Utilizando um modelo que integra dados públicos das grandes plataformas digitais, social listening e processamento analítico no Data Lake Dolores, a Macfor mapeou tendências de busca, desempenho das principais empresas do segmento e estratégias de comunicação adotadas no período promocional. A análise indica um cenário claro: enquanto o interesse do consumidor rural por compras online aumenta, o mercado ainda não converte essa demanda em experiência, competitividade e vendas.
Segundo Diogo Luchiari Fructuoso, Sócio e VP de Atendimento e Operações da agência, os números evidenciam uma distância crescente entre o comportamento digital do cliente e a maturidade dos canais agrícolas. Ele destaca que o público busca mais, pesquisa mais, mas não encontra, nesses ambientes, a mesma eficiência observada no comércio tradicional. Para Luchiari, isso representa uma oportunidade ainda inexplorada.
Créditos da Foto: Divulgação
O estudo revela que as buscas por produtos agrícolas continuam crescendo de forma consistente. Itens como ureia, tratores, glifosato, sementes e colheitadeiras lideram o ranking, com a ureia superando 74 mil pesquisas e os tratores ultrapassando 60 mil. Na comparação entre 2024 e 2025, o aumento é robusto: cocho para gado avança 16,67%, tratores crescem 12,5% e glifosato sobe 10,61%. Luchiari aponta que o comprador do campo está cada vez mais digital, e essa mudança de comportamento exige respostas rápidas das plataformas, que ainda operam com estruturas inferiores às do varejo tradicional.
Créditos da Foto: Divulgação
O levantamento também aponta desafios críticos na experiência do usuário. Muitos sites exigem login para visualizar preços, escondem produtos logo no início da navegação e apresentam layouts pouco intuitivos. As consequências aparecem nas taxas de rejeição, que superam 80% em canais como a Agroline e passam dos 90% no Grão Direto. Em contraste, páginas que exibem preços e informações de forma clara, como Agrosolo e MFRural, registram rejeições bem menores, chegando a 24% no caso da Agrosolo. Para o executivo, mais transparência e usabilidade representam a diferença entre reter ou perder o cliente já na primeira visita.
Outro ponto destacado é o baixo investimento em tráfego pago durante o período promocional. Mesmo marcas consolidadas reduziram os aportes em pesquisa paga em 2024 e novamente em 2025, enquanto empresas menores apenas começam a testar campanhas digitais. “Essa retração é um sinal de imaturidade estratégica, já que datas de alto volume são historicamente impulsionadas por investimento publicitário intenso. Ainda falta ao agro uma cultura mais consistente de ações segmentadas, conteúdo relevante e presença digital contínua”, reforça Diogo.
Créditos da Foto: Divulgação
Apesar disso, algumas categorias tiveram iniciativas pontuais na ocasião, sobretudo em rações, controle biológico, veículos, maquinário pesado e fertilizantes. Houve exemplos de promoções com até 80% de desconto, frete grátis e condições facilitadas, mas de forma isolada e sem campanhas estruturadas. A agência observa que boa parte dos sites não aproveita o tráfego natural do período e perde a chance de construir relacionamento, fidelizar e aumentar o ticket médio.
“A pesquisa confirma que o produtor já está pronto para uma jornada digital semelhante à do varejo, mas o agro ainda precisa acelerar. A Black Friday deveria funcionar como um catalisador de inovação no comércio agrícola, e não como uma data tratada de maneira periférica. Nesse sentido, a adoção de boas práticas de e-commerce, como transparência nas ofertas, páginas mais leves e campanhas de mídia consistentes, pode transformar radicalmente os resultados”, atesta Diogo.
O relatório conclui que a ocasião é uma oportunidade subaproveitada pelo agronegócio brasileiro. E, com o crescimento contínuo das buscas e o avanço da digitalização no campo, o momento é decisivo para que as marcas se reposicionem. “Quem profissionalizar suas estratégias digitais, tende a conquistar vantagem competitiva em um mercado que começa a se mover com velocidade rumo ao comércio eletrônico”, finaliza Diogo Luchiari.
No dia 27 de novembro, às 19h30, o Diário do Acionista realizará uma nova edição do Papo de Acionista, série de lives que abre espaço para debates relevantes sobre comportamento, mercado, negócios e as mudanças que atravessam diferentes setores da economia. Nesta edição, o tema será “Moda: Economia e Identidade Cultural”, uma conversa que pretende ampliar o olhar para além da estética, abordando a moda como linguagem, ferramenta social e vetor econômico.
A moda movimenta cadeias produtivas, influencia hábitos de consumo, gera empregos e, ao mesmo tempo, carrega símbolos, histórias e territórios. Entender como esses elementos se conectam é essencial para compreender o impacto da moda na economia e o papel que ela desempenha na construção de identidades culturais no Brasil. É a partir dessa perspectiva que o Diário do Acionista convida nomes que estão na linha de frente desse diálogo. O convidado desta edição é Jadson Baruc, performer, criador da marca DOM BARUC e uma das principais referências da moda urbana contemporânea. Reconhecido por unir estética, ancestralidade, propósito e identidade periférica, Jadson tem construído um trabalho consistente que conecta moda, cultura, empreendedorismo e impacto social. Sua marca, DOM BARUC, tornou-se um símbolo de pertencimento e afirmação cultural, traduzindo experiências das ruas em peças, narrativas e projetos com forte relevância social. Com iniciativas como o DB.LAB Rua, a marca reforça seu compromisso com formação, acesso e desenvolvimento de novos talentos vindos das comunidades urbanas.
Créditos da Foto: Divulgação
Durante a live, Jadson compartilhará sua trajetória criativa, os desafios e oportunidades da moda independente no Brasil e a importância de valorizar referências culturais que historicamente moldam tendências, mas nem sempre recebem o devido reconhecimento. A conversa também abordará novas movimentações do mercado, empreendedorismo, sustentabilidade, economia criativa e a força das narrativas que nascem nas periferias.
A mediação ficará por conta de Ediana Avelar, publicitária, head de marketing e colunista do Diário do Acionista, que conduz o debate com olhar estratégico sobre marcas, comportamento, presença digital e transformação do mercado. Ediana trará questionamentos que conectam o universo da moda à economia, ao consumo e aos desafios de empreender no cenário atual. A transmissão acontecerá ao vivo pelo Instagram @diariodoacionista. O público poderá participar enviando perguntas e interagindo ao longo da conversa.
Um estudo da AMPRO apontou que 99% das indústrias afirmam que o trade marketing ganhou mais importância nos últimos cinco anos, mostrando que o setor precisa evoluir em digitalização, execução e mensuração para acompanhar canais mais complexos
O trade marketing está passando por um processo de transformação no setor industrial. As empresas que fabricam bens de consumo ou de capital enfrentam mais concorrência, a mudança de comportamento dos canais de venda e a digitalização acelerada.
No cenário atual, o trade marketing deixa de ser apenas a ativação de materiais no ponto de venda e assume um papel estratégico, melhorando o posicionamento da marca, aumentando a aderência com o varejo e conectando-se ao consumidor final.
Como o trade marketing ajuda a indústria a se posicionar melhor no mercado?
O trade marketing evoluiu de uma simples estratégia de exposição no ponto de venda para uma ferramenta de diferenciação e fortalecimento de marca. Ao investir em ações coordenadas de visibilidade no varejo, merchandising planejado, capacitação de equipes e suporte técnico, a indústria cria um posicionamento que vai além da disputa por preço. Esse tipo de atuação reforça a identidade da marca e amplia sua presença junto aos canais de distribuição e consumidores.
A tecnologia tem papel decisivo nesse processo. Soluções digitais como aplicativos de trade marketing, sistemas de acompanhamento de promotores e plataformas de análise de dados – todas essas com o apoio da inteligência artificial como forma de automatização – permitem acompanhar a execução em campo com precisão.
Por meio delas, é possível monitorar o cumprimento de planogramas, verificar a presença de produtos nas gôndolas, auditar campanhas e gerar relatórios automáticos em tempo real. Essa digitalização trouxe previsibilidade e velocidade para decisões que antes dependiam de visitas presenciais e relatórios manuais.
Além do ganho operacional, essa transformação fortalece o relacionamento entre indústria e varejo. Quando as marcas compartilham informações e oferecem suporte técnico baseado em dados, passam a ser vistas como parceiras estratégicas e não apenas fornecedoras. Esse novo nível de integração melhora o fluxo de comunicação, aumenta a confiança entre os elos da cadeia e reflete em melhores negociações, maior espaço nas prateleiras e um posicionamento mais sólido no mercado.
O trade marketing conecta consumidores com a marca?
Mesmo com o avanço do digital, o ponto de venda físico continua sendo um local de decisão importante. Ao tornar o produto visível, acessível e diferenciado no PDV, por meio de materiais de comunicação, demonstrações, amostras, integração com QR codes ou realidade aumentada, a indústria ativa o consumidor no momento da “última milha”.
Quando essa estratégia alcança o comprador final, gera comportamento de compra repetida e maior fidelidade. Por exemplo, equipes de vendas treinadas para demonstrar benefícios do produto ou displays inteligentes que destacam a categoria fazem com que o cliente perceba valor e não apenas preço.
O dado de que 99% das indústrias consideram o trade marketing mais relevante do que há cinco anos também evidencia o valor crescente dessa conexão entre marca e consumidor, apesar das lacunas ainda existentes na medição de resultados.
O trade marketing tem espaço para crescimento
Embora o trade marketing seja reconhecido há décadas no varejo, sua aplicação plena na indústria brasileira ainda é limitada. Muitas operações funcionam com processos desconectados, ausência de indicadores comparáveis e baixa digitalização da execução. Isso gera perda de verba comercial, ruptura não detectada e dificuldade real de provar retorno sobre iniciativas no ponto de venda.
A diversificação dos canais, loja física, e-commerce, marketplaces e modelos omnicanal, ampliou a complexidade operacional. Sem visibilidade integrada e sem critérios unificados de execução, produtos perdem espaço rapidamente e se tornam intercambiáveis diante do consumidor. Essa perda de diferenciação não decorre apenas do canal, mas da incapacidade de medir, ajustar e validar a operação em tempo real.
O trade marketing tem potencial para corrigir essas distorções, mas sua efetividade depende de elementos que muitas indústrias ainda não estruturaram: governança de dados, processos consistentes de execução, adoção de tecnologia e patrocínio da liderança para sustentar mudanças. Sem isso, permanece como função tática, e não como componente estratégico da competitividade industrial.