A enxaqueca é uma das condições neurológicas mais incapacitantes do mundo e afeta milhões de brasileiros. No programa Plantão Doutor TV, exibido pela Band Vale, a neurologista Dra. Juliana Dias explicou as principais causas, como identificar os sintomas e quais são os avanços no tratamento que devolvem qualidade de vida aos pacientes.
O que é enxaqueca?
Muito mais do que uma simples dor de cabeça, a enxaqueca é uma doença neurológica crônica caracterizada por crises intensas e recorrentes.
As dores geralmente são pulsáteis, afetam apenas um lado da cabeça e podem vir acompanhadas de náuseas, vômitos, sensibilidade à luz e ao som.
“A enxaqueca é incapacitante. Em muitos casos, a pessoa não consegue realizar suas atividades diárias durante a crise”, explica a Dra. Juliana Dias.
Principais causas e gatilhos
De acordo com especialistas, a enxaqueca tem origem multifatorial, podendo ser desencadeada por fatores genéticos, hormonais e ambientais.
Entre os gatilhos mais comuns estão:
- Alterações hormonais (TPM, ciclo menstrual, menopausa);
- Estresse, ansiedade e noites mal dormidas;
- Consumo de determinados alimentos, como queijos, chocolate e bebidas alcoólicas;
- Mudanças climáticas, odores fortes e exposição à luz intensa.
Como é feito o diagnóstico
O diagnóstico é essencialmente clínico, baseado na análise do histórico e nos sintomas relatados pelo paciente.
Exames de imagem, como tomografia ou ressonância, só são solicitados quando existem sinais de alerta que indicam a necessidade de descartar outras doenças neurológicas.
Tratamentos disponíveis
O tratamento da enxaqueca é dividido em duas frentes: controle das crises e prevenção.
Para crises agudas
- Analgésicos comuns (paracetamol, ibuprofeno);
- Triptanos, recomendados para crises mais intensas;
- Antieméticos, para controlar náuseas e vômitos;
- Para prevenção;
- Uso de medicamentos como beta-bloqueadores, antidepressivos e antiepilépticos;
- Mudanças de hábitos, como regular o sono, alimentação equilibrada e prática de exercícios.
Terapias modernas
Nos últimos anos, surgiram opções mais avançadas, como:
- Aplicação de toxina botulínica (Botox) para pacientes com crises frequentes;
- Anticorpos monoclonais anti-CGRP, como o erenumabe, que revolucionaram o tratamento preventivo;
- Impacto na qualidade de vida;
- Estima-se que cerca de 30 milhões de brasileiros sofram com enxaqueca. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), trata-se de uma das dez doenças mais incapacitantes no mundo.
As crises afetam não apenas a saúde, mas também a vida profissional, familiar e social do paciente.
“Buscar ajuda médica é fundamental para identificar a causa, controlar os sintomas e melhorar a qualidade de vida”, reforça a neurologista.
Quando procurar um especialista
A orientação é procurar um médico sempre que as dores se tornarem frequentes, intensas ou acompanhadas de sintomas neurológicos, como visão turva e dificuldade de fala.
Em alguns casos, a dor pode ser confundida com outros problemas de saúde mais graves, e o acompanhamento especializado é essencial para garantir segurança e eficácia no tratamento.
Fonte: Doutor TV | YouTube
Dra. Juliana Dias – Neurologista | @dra.julianadiasneuro