40% das organizações estão direcionando seus programas de treinamento para o fortalecimento da cultura corporativa
Em um cenário marcado pela urgência de transformação digital e pela constante necessidade de inovação, formar líderes capazes de desenvolver outros líderes deixou de ser diferencial competitivo — virou requisito para a sustentabilidade dos negócios.
Segundo pesquisa da Harvard Business Publishing, feita com mais de mil profissionais de RH e desenvolvimento de liderança em 15 países, 70% dos respondentes consideram “importante” ou “muito importante” que os líderes dominem uma gama mais ampla de comportamentos para enfrentar os desafios atuais. A mesma pesquisa aponta que 40% das empresas estão redirecionando seus programas de liderança para fortalecer a cultura organizacional.
Para Antonio Muniz, especialista em negócios, CEO Advisor e autor do livro Smart Skills, essa tendência revela uma mudança de paradigma: “A complexidade dos negócios hoje exige líderes multifacetados, capazes de desenvolver times e não apenas entregar resultados individuais”.
Apesar disso, o levantamento mostra que apenas 53% classificam seus líderes como “muito eficazes” — e somente metade acredita que os recém-promovidos estão prontos para o novo cargo. O dado aponta um gap relevante entre o ideal da liderança moderna e a preparação real dos executivos.
Da competência técnica à multiplicação de talentos
Um dos principais obstáculos está na transição de profissionais técnicos para cargos de liderança. “Na tecnologia, frequentemente promovemos o melhor programador a líder, sem considerar se ele tem aptidão para desenvolver pessoas”, observa Muniz. Segundo ele, essa lógica precisa mudar. “O papel do líder é criar condições para que o time cresça — não ser o melhor tecnicamente.”
A mesma pesquisa mostra que a “escalabilidade” tornou-se o atributo mais valorizado em programas de liderança, com 60% das empresas planejando integrar inteligência artificial nesses treinamentos. A personalização dos conteúdos com uso de IA amplia o acesso ao desenvolvimento e democratiza o aprendizado.
Quatro mudanças de chave para formar líderes de líderes
Medir o crescimento das pessoas, não apenas resultados
A avaliação de performance precisa ir além da entrega técnica. “É necessário medir a capacidade do líder de desenvolver outros — não apenas o que ele entrega sozinho”, afirma Muniz. “O sucesso agora é coletivo.”
Responsabilidades proporcionais à hierarquia
À medida que se avança na hierarquia, a responsabilidade sobre o crescimento dos outros aumenta. “Na diretoria ou no C-level, formar líderes deve ser a prioridade. A execução direta deve ceder lugar à mentoria e ao desenvolvimento estratégico das equipes.”
Reconhecer o impacto ampliado da liderança
Cargos mais altos têm mais poder de impacto — positivo ou negativo. “Se você quer gerar mais impacto, é legítimo buscar cargos de liderança, mas essa ambição deve vir com o compromisso de formar novos líderes”, reforça Muniz.
Comece hoje o que quer ser amanhã
A liderança não começa com o cargo. “Mesmo um analista júnior pode desenvolver essa habilidade ao orientar estagiários. A vontade de formar líderes deve estar presente desde o início da carreira.”
Um novo papel para o RH
Para os profissionais de recursos humanos, o desafio é claro: revisar seus programas de liderança para contemplar a formação de líderes que formam líderes. Isso exige:
Reestruturação dos critérios de promoção, valorizando soft skills e capacidade de desenvolvimento humano
Inclusão de métricas de performance que considerem o crescimento da equipe
Programas de mentoria cruzada e aprendizado horizontal
Cultura organizacional que recompense quem desenvolve outros
“Estimular líderes de líderes é uma das maiores responsabilidades de quem deseja gerar resultados duradouros. Quando ajudamos pessoas a crescerem, elas multiplicam esse impacto — e é assim que negócios verdadeiramente escalam”, conclui Muniz.
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Antonio Muniz é uma das vozes influentes do ecossistema de tecnologia e negócios no Brasil. CEO Advisor e presidente da Editora Brasport, Muniz atua oferecendo consultoria estratégica com foco em inovação e impacto. Ele também preside comitês de tecnologia em duas academias relevantes do setor, onde promove conexões profissionais e estimula o desenvolvimento técnico por meio do networking qualificado. À frente da Jornada Colaborativa, movimento que reúne especialistas em torno da produção de conteúdo acessível e colaborativo, Muniz se consolidou como referência nacional em temas como Agilidade, DevOps, Lean, Qualidade de Software (QA), OKR e Transformação Digital. Autor, editor e professor de MBA Executivo em Agilidade, Tecnologia e Negócios na Anhanguera Educacional, ele também é presença frequente em eventos, como palestrante e mentor. Sua trajetória é marcada pela capacidade de unir pessoas, ideias e propósitos, sempre com o objetivo de gerar valor coletivo e acelerar o avanço do setor. Para mais informações, acesse: LinkedIn.
As recentes discussões sobre possíveis mudanças na legislação de formação de condutores colocaram as autoescolas no centro do debate nacional. Em meio às propostas de flexibilização do processo de habilitação, cresce também uma reflexão importante: o quanto as aulas e as autoescolas são essenciais para a segurança e a organização do trânsito brasileiro.
Há décadas, os donos de autoescola investem em estrutura, tecnologia e profissionais capacitados para formar motoristas preparados não apenas para passar em um exame, mas para conviver com responsabilidade nas ruas e estradas. A formação vai muito além de aprender a dirigir — envolve educação no trânsito, consciência coletiva e respeito à vida.
Os últimos acontecimentos legislativos acenderam um alerta no setor e na sociedade. Especialistas e entidades reforçam que qualquer avanço nas regras deve caminhar junto com qualidade no ensino, previsibilidade jurídica e valorização de quem atua diariamente na base da formação dos condutores.
Em um país que ainda enfrenta altos índices de acidentes, as aulas práticas e teóricas seguem sendo um diferencial fundamental. São elas que ajudam a transformar candidatos em motoristas mais seguros, atentos e preparados para situações reais do trânsito.
Mais do que um debate técnico, o momento reforça algo simples e essencial: investir em autoescolas é investir em vidas, em mobilidade responsável e em um trânsito melhor para todos.
Com quase quatro décadas de atuação no setor de alimentação corporativa, Rosimeire Rocha consolidou sua trajetória como uma das líderes mais influentes da área no Brasil. À frente da Master Kitchen Refeições Coletivas, empresa sediada em São Bernardo do Campo (SP), a executiva construiu um modelo de gestão baseado em inovação, rigor técnico e expansão sustentável.
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A trajetória empresarial de Rosi teve início em 1985, com a Casa de Massas Vergueiro, empreendimento familiar que reunia produção artesanal e atendimento direto ao consumidor. Com apenas 24 anos na época, ela atuou em todas as etapas da operação, adquirindo domínio integral sobre processos produtivos, gestão de equipes e relacionamento com clientes.
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A virada estratégica veio em 1995, quando a executiva liderou a transição para o segmento de alimentação corporativa. Surgia, então, a Master Kitchen, com um propósito claro: oferecer soluções de alimentação que promovem bem-estar, eficiência e produtividade dentro das organizações. “Nosso propósito transcende servir comida; trabalhamos para fortalecer a força de trabalho das empresas”, afirma Rosi, destacando que essa mudança reposicionou o negócio para um crescimento sólido e contínuo.
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Estrutura industrial e capacidade de produção Com o passar dos anos, a Master Kitchen evoluiu para se consolidar como uma indústria de soluções em alimentação, atendendo empresas de diferentes portes por meio de modelos distintos de operação. A companhia administra restaurantes corporativos instalados dentro das empresas contratantes e também produz refeições transportadas em sua Cozinha Central, uma estrutura de alta performance com capacidade para produzir até 8.000 refeições por dia.
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Atualmente, a empresa mantém cerca de 150 colaboradores diretos e opera com processos alinhados às exigências sanitárias e técnicas do setor. A certificação ISO 9001:2015, obtida sob a gestão de Rosimeire Rocha, reforça o compromisso com padrões internacionais de qualidade, padronização e eficiência. Em termos financeiros, o faturamento anual gira em torno de R$ 25 milhões, com projeção de crescimento de pelo menos 10% para o próximo ano, mesmo diante do cenário econômico brasileiro.
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De acordo com a executiva, o planejamento estratégico inclui a ampliação da atuação da empresa com novos projetos, como a administração de restaurantes no setor agrícola e no segmento privado de educação, expandindo assim sua presença em diferentes mercados e ampliando o portfólio de soluções.
Inovação como marca da gestão A modernização constante sempre fez parte da visão estratégica de Rosi. Em 1998, quando o setor ainda operava majoritariamente de forma analógica, ela implementou softwares de gestão, ferramentas de controle de custos e processos automatizados. Também foi responsável pela introdução de tecnologias industriais que ampliaram o rendimento produtivo e elevaram a eficiência operacional, como fornos combinados e equipamentos de cocção de alta precisão.
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“Foi um divisor de águas. Passamos a operar com previsibilidade e decisões baseadas em dados”, destaca a executiva. Essa postura inovadora permitiu que a Master Kitchen assumisse contratos emergenciais e atendesse clientes que buscavam fornecedores capazes de manter qualidade mesmo em condições extremas, consolidando sua reputação em entregas de alta complexidade.
Liderança, legado e sucessão A trajetória de Rosi também é marcada por sua atuação como uma das poucas mulheres a liderar uma empresa industrial no setor de alimentação corporativa durante os anos 1980 e 1990, período em que o mercado era predominantemente masculino. Superar esse cenário exigiu resiliência, foco e uma gestão orientada a resultados concretos.
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A executiva buscou formação técnica em Nutrição, profissionalizou a estrutura da empresa e desenvolveu uma cultura organizacional sólida, fundamentada em ética, disciplina e responsabilidade. Entre suas contribuições mais significativas está o preparo estruturado para a sucessão, conduzido desde cedo com os três filhos, Lucas, Davi e Daniel Rocha Stofel, que hoje compreendem profundamente os valores e princípios que sustentam o negócio. “Construímos mais do que uma operação sólida; formamos uma instituição preparada para atravessar gerações”, afirma.
Mais informações sobre a carreira da executiva e o trabalho da Master Kitchen podem ser encontradas em www.masterkitchen.com.br e nas redes sociais da empresa @masterkitchenrefeicoes (Instagram) e Master Kitchen Refeições (Facebook).
Quando pensamos em recuperação de créditos, é comum vir à mente o cenário clássico de mailings, discadores e uma operação de call center. Mas isso representa apenas uma parte do processo. A recuperação de crédito se tornou uma atividade sofisticada. Ela exige profissionais cada vez mais qualificados e, principalmente, domínio de dados. No contexto judicial, essa competência é ainda mais decisiva: a tomada de decisões começa muito antes da petição inicial.
A recuperação de créditos é inteiramente orientada por dados. O cenário atual é contundente: em abril de 2025, o Brasil atingiu um novo recorde, com 70,29 milhões de adultos negativados, 43,36% da população, segundo CNDL e SPC Brasil. Além disso, mais de 7,3 milhões de empresas estavam inadimplentes, somando quase R$ 170 bilhões em dívidas, segundo a Serasa Experian. A jornada começa com dados históricos e, principalmente, com o entendimento do perfil do devedor. Conhecer esse perfil é uma estratégia essencial. Saber segmentar devedores em portfólios e aplicar a melhor abordagem para cada grupo reduz custos, evita despesas judiciais desnecessárias e diminui o risco de execuções frustradas. Após essa análise estratégica, chegamos finalmente aos casos que seguirão para a tutela judicial, com o objetivo de satisfazer o crédito do credor. Essa etapa é crucial. Aqui lidamos diretamente com o Judiciário, e ajuizar uma ação sem conhecer o terreno é uma receita para desperdício de tempo e recursos. Antes de propor qualquer ação, é indispensável entender o fórum, a comarca, o histórico daquele juízo e as particularidades de cada vara. Quando falamos de uma carteira grande de processos, essa análise precisa ser ainda mais profunda: identificar a classe processual mais adequada, estimar o tempo médio de tramitação e avaliar os riscos.
A arte da negociação Além da avaliação dos riscos operacionais ligados ao Judiciário, é indispensável contar com um time especializado para conduzir as negociações com o devedor. Enquanto a tutela jurídica move o processo, a negociação trabalha em paralelo para encerrar o litígio por meio de um acordo extrajudicial, uma solução que reduz custos, tempo e exposição a riscos. Nesse ponto, o relacionamento com o devedor se torna parte estratégica da recuperação. É preciso mapear todo o fluxo operacional de tratativas: desde o primeiro contato com o advogado, a manifestação sobre audiências de conciliação, até a análise dos riscos envolvidos. Avaliar a probabilidade real de êxito da ação judicial antes de conceder descontos é um fator decisivo na recuperação de ativos problemáticos. Cada interação importa. Propostas, retornos, follow-ups e registros de conversas ajudam a construir um mapa preciso do comportamento do devedor e de seu advogado. Isso permite identificar a melhor abordagem de negociação, antecipar tentativas de fraude à execução, riscos como a infidelidade do depositário, litigância de má fé e outras situações que podem comprometer o resultado. A recuperação de crédito judicial deixou de ser uma atividade pautada apenas por procedimentos tradicionais. Hoje, ela se apoia em análise de dados, segmentação inteligente, leitura fina do Judiciário e capacidade real de negociação. Cada fase, da seleção estratégica dos casos, ao ajuizamento responsável, até a condução das tratativas com o devedor, exige domínio técnico e visão sistêmica. O futuro da recuperação de crédito judicial não está apenas na força da cobrança, mas na inteligência aplicada em cada decisão. E quem dominar essa inteligência estará sempre um passo à frente.
Leonardo Gabriel Lopes Queiroz – Controller Administrativo na área de Recuperação de Créditos da Finch