Dr. Luiz Wanna, cirurgião plástico comenta sobre as Super Tendências de 2023: Os Procedimentos Estéticos mais Procurados do Momento
O Brasil é um dos países que lidera o ranking de cirurgias estéticas, segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP). Apesar da popularidade de alguns procedimentos, muitos estão rodeados de dúvidas que já foram derrubados pela ciência, mas ainda continuam repercutindo.
Pensando nisso, o cirurgião plástico Dr. Luiz Anízio Wanna cita os procedimentos que são tendência para 2023 e explica sobre cada um deles, confira:
Lipo HD Light
Você já ouviu falar da Lipo HD Light? É uma versão mais refinada da técnica de lipoaspiração HD já conhecida, a qual permite deixar mais aparentes os tons musculares, proporcionando um resultado suave e sem a marcação extrema dos gomos.
“Não confunda a Lipo HD Light com a Lipo Light: a segunda consiste em retirar pouca quantidade de gordura, produzindo resultados não tão satisfatórios quanto os de uma Lipo HD. Geralmente, é necessário realizar várias sessões para alcançar os resultados desejados e utiliza-se apenas anestesia local.” explica o Dr. Luiz Anízio Wanna.
Pode-se dividir o pós-operatório em três etapas. A primeira, denominada “pós-operatório imediato”, corresponde às primeiras 24 horas em que o paciente ainda se encontra no hospital, com medicações e acompanhamento médico. A segunda, conhecida como “pós-operatório mediato”, refere-se ao primeiro mês após a cirurgia. Nessa fase, além das medicações, o paciente é submetido às sessões de drenagem linfática e ao uso de cinta compressiva para diminuir o inchaço e o edema, e manter as curvas. A terceira etapa é o “período tardio”, que pode levar de um a seis meses
“Para isso, é importante que seja realizada por um profissional bem treinado e experiente, em um hospital ou clínica que disponha do suporte adequado. O conhecimento da anatomia e de todas as camadas e estruturas superficiais e profundas do cirurgião plástico qualificado, permite que a cirurgia seja realizada com a máxima segurança, sempre respeitando os limites de volume a ser lipoaspirado e também a área corporal abordada.” indica o cirurgião plástico.
Mamoplastia com prótese de silicone
O Dr. Luiz Anízio Wanna esclarece que, também chamada de mamoplastia ou mastoplastia de aumento, visa aumentar o tamanho das mamas, proporcionar contorno, simetria e firmeza aos seios, através da inclusão de próteses de silicone.
Recuperação e volta às atividades
Em geral, a paciente pode realizar atividades leves logo após a alta. Entre essas estão carregar pesos bem leves (como bolsas e sacolas com poucas coisas), comer, ir ao banheiro, tomar banho, e subir ou descer poucos lances de escada. Pode-se também sentar e deitar sozinha, desde que o façam com calma e sem grande esforço nos braços.
Atividades que exigem um pouco mais de esforço, como cozinhar, arrumar a casa e carregar sacolas pesadas necessitam um tempo maior de pós-operatório para serem liberadas, em geral, entre três semanas e um mês, se tudo correr bem com a cicatrização. Por mais que não pareça, a atividade de dirigir é considerada um esforço físico importante para os braços e, por isso, também deve ser evitada antes de três semanas.
Dr. Luiz Wanna – Crédito da Foto: Acervo Pessoal
Abdominoplastia
Esse procedimento é recomendado para mulheres que passaram por múltiplas gestações e pacientes que tiveram uma grande perda de peso, para eliminar o excesso de pele e flacidez presentes apenas na barriga.
É necessário esclarecer que a abdominoplastia não é indicada para o emagrecimento. Ela contribui apenas na remodelação da região abdominal e elimina a saliência no local em pessoas que estão em boa forma e dentro do peso adequado.
Abdominoplastia e Lipo
Pacientes com muita flacidez podem associar as duas técnicas. Assim, a abdominoplastia ficará encarregada pela retirada do excesso de pele na região inferior abdominal e a lipo proporcionará a função de melhorar o desenho muscular. Nesses casos, no entanto, os resultados da lipo costumam ser mais suaves, com menor definição.
“Cirurgia plástica é um assunto sério, não é como comprar roupa, que caso você não goste mais é só trocar. É uma decisão que deve ser cuidadosamente pensada e pesquisada, pois se trata de um procedimento irreversível. Além disso, é importante escolher um bom cirurgião plástico, com experiência e referências positivas. O objetivo da cirurgia plástica deve ser a melhoria da qualidade de vida do paciente, e não apenas a busca pelo corpo perfeito.” Finaliza o Dr. Luiz Anízio Wanna.
Dr. Luiz Wanna CRM 74219 / RQE 29103 @drluizaniziowanna
O lipedema é uma doença crônica e progressiva caracterizada pelo acúmulo anormal de gordura, geralmente nas pernas, quadris e braços. Embora seja frequentemente confundido com obesidade ou retenção de líquidos, trata-se de um distúrbio vascular que afeta majoritariamente mulheres e que, se não tratado, pode comprometer a mobilidade, causar dor intensa e impactar significativamente a saúde física e emocional.
De acordo com o médico vascular Dr. Douglas Sterzza, referência no diagnóstico e tratamento do lipedema, muitas pacientes convivem por anos com a doença sem saber.
“O desconhecimento ainda é um dos maiores desafios. Muitas mulheres passam boa parte da vida acreditando que o problema é estético, quando na verdade se trata de uma doença que avança e gera complicações importantes se não for tratada adequadamente”, explica o especialista.
O que acontece quando o lipedema não recebe tratamento?
Quando não há acompanhamento médico, o lipedema tende a evoluir de maneira contínua, passando por estágios cada vez mais complexos. Segundo o Dr. Sterzza, a evolução pode acarretar:
Aumento progressivo do volume das pernas
O acúmulo de gordura tende a intensificar-se ao longo dos anos. O aumento de volume compromete o uso de roupas, gera sensação de peso e dificulta a mobilidade.
Dor crônica e sensibilidade exacerbada
A dor ao toque é um dos sintomas marcantes. Sem tratamento, ela se torna constante e passa a limitar atividades simples, como caminhar e subir escadas.
Formação de nódulos e endurecimento do tecido
Com o avanço da doença, ocorre a formação de nódulos, fibrose e endurecimento da gordura — estágio que exige abordagens terapêuticas mais complexas, muitas vezes cirúrgicas.
Sobrecarga do sistema linfático
O lipedema pode evoluir para lipo-linfedema, quando há prejuízo do sistema linfático. Isso provoca inchaço intenso, sensação de pernas “cheias” e maior dificuldade de locomoção.
Problemas vasculares associados
O excesso de peso nos membros inferiores favorece o surgimento de varizes e pode agravar quadros de insuficiência venosa.
“A associação entre lipedema e varizes é comum. Por isso, a avaliação vascular completa é fundamental”, reforça o Dr. Sterzza.
Impacto psicológico significativo
A evolução da doença também afeta o emocional. Baixa autoestima, ansiedade e até quadros depressivos são frequentes, agravados pelo julgamento social e pela demora no diagnóstico.
Créditos da Foto: Divulgação
A importância do diagnóstico precoce
O Dr. Douglas Sterzza destaca que identificar o lipedema ainda nos estágios iniciais possibilita controlar a progressão, reduzir sintomas e evitar tratamentos mais invasivos no futuro. Entre os principais sinais de alerta estão:
Acúmulo de gordura desproporcional nas pernas;
Dor e sensibilidade ao toque;
Inchaço persistente;
Histórico familiar;
Dificuldade de perder volume mesmo com dieta e exercícios.
Tratamento: é possível controlar o lipedema?
Embora não exista cura definitiva, o acompanhamento adequado permite controlar a doença e manter qualidade de vida. As principais estratégias incluem:
Drenagem linfática e terapias específicas;
Meias de compressão;
Exercícios orientados;
Controle alimentar;
Lipoaspiração especializada para lipedema, indicada em casos selecionados.
“Cada paciente precisa de uma abordagem individualizada. O mais importante é não ignorar os sintomas e buscar avaliação de um médico vascular experiente na doença”, ressalta o Dr. Sterzza. Se você suspeita de lipedema ou já convive com o diagnóstico, saiba que existem opções eficazes de tratamento. No blog, é possível acessar mais conteúdos educativos sobre sintomas, estágios e manejo da doença.
Quando o cérebro entra em sobrecarga, ele desliga. Literalmente. Esse fenômeno — conhecido como shutdown — é cada vez mais relatado por pessoas com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), mas ainda pouco compreendido pela maioria da população.
Apesar de parecer invisível, seus efeitos são profundos: a pessoa trava, perde a capacidade momentânea de pensar com clareza, falar, agir ou lidar com qualquer estímulo externo.
Segundo a psicóloga Sandra Villela, especialista em neurodiversidade e saúde emocional, esse apagão não é frescura, preguiça ou fraqueza.
“O shutdown é um mecanismo de defesa. Quando o cérebro percebe que está recebendo mais estímulos do que consegue processar, ele entra em modo de proteção. A mente simplesmente desliga para evitar um colapso maior”, explica. Quando o cérebro trava: o que é o shutdown?
Diferente da desatenção clássica do TDAH, o shutdown representa um estado de paralisia mental e emocional. Esse travamento pode ser desencadeado por uma soma de fatores: sobrecarga sensorial, excesso de demandas, conflitos emocionais, barulhos, interrupções constantes ou ambientes extremamente estimulantes.
Para muitos, é como se uma “pane” tomasse conta do corpo.
Outros descrevem como um esvaziamento interno, uma incapacidade de reagir ou responder.
Os sintomas mais comuns
Durante o shutdown, o corpo e a mente entram num modo de funcionamento mínimo. Entre os sinais mais relatados, estão:
Vontade súbita de se isolar: qualquer interação social se torna cansativa.
Bloqueio mental: dificuldade em pensar, decidir, organizar ideias ou responder perguntas simples.
Dificuldade de falar: expressar o que está acontecendo parece impossível.
Emoções intensas: irritação, frustração ou choro fácil, sem motivo claro.
Cansaço extremo: sensação de exaustão mental e física.
Sensibilidade sensorial: barulhos, luzes e toques se tornam incômodos ou dolorosos.
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De acordo com Sandra Villela, esses sinais são muito mais comuns do que se imagina.
“É muito comum ouvir pacientes dizerem que ‘travaram’ no meio do dia, numa reunião ou até em casa. Muitos acham que é uma falha pessoal, mas é apenas o cérebro pedindo socorro.” Por que isso acontece?
Pessoas com TDAH já lidam diariamente com um volume maior de estímulos internos: pensamentos rápidos, impulsividade, emoções intensas e dificuldades de regulação.
Quando o ambiente adiciona ainda mais demandas, o cérebro chega ao limite.
“Imagine um computador com muitas abas abertas, vários programas rodando ao mesmo tempo e ainda recebendo novas tarefas. Chega um momento em que ele trava. O cérebro de uma pessoa com TDAH funciona da mesma forma”, compara a psicóloga.
Como lidar com o shutdown
Segundo Sandra Villela, não existe “força de vontade” que resolva o shutdown no momento em que ele acontece. O que funciona é:
Com o tempo, criar rotinas de regulação emocional e conhecer seus próprios limites ajuda a reduzir a frequência e a intensidade desses episódios.
A importância de falar sobre isso
Mesmo sendo comum, o shutdown ainda é pouco discutido. No ambiente de trabalho, é frequentemente interpretado como desinteresse; nas relações pessoais, como frieza; e no cotidiano, como preguiça.
Essa falta de compreensão só aumenta o sofrimento emocional e a sensação de inadequação.
“Quando as pessoas entendem que não é fraqueza, mas uma resposta neurológica, tudo muda: o paciente se culpa menos e quem convive passa a oferecer suporte e não julgamento”, reforça Sandra Villela. Para quem vive com TDAH — e para quem convive
A mensagem principal é simples: o shutdown é real, tem explicação científica e merece atenção. Quanto mais falarmos sobre isso, mais pessoas poderão reconhecer o que sentem e buscar ajuda especializada.
Estudos apontam que a falta de limites está ligada ao aumento da ansiedade, da baixa autoestima e até do burnout feminino
Um dos maiores desafios emocionais das mulheres modernas não é apenas a sobrecarga de papéis, mas a incapacidade de estabelecer limites. Conhecida popularmente como “síndrome da boazinha”, essa dificuldade em dizer “não” leva muitas mulheres a aceitarem mais responsabilidades do que conseguem suportar, com impactos diretos em sua saúde mental e emocional.
Um estudo da Psychology Today revela que pessoas com dificuldade de negar pedidos apresentam níveis mais elevados de estresse e propensão a quadros depressivos. No Brasil, pesquisa do Ibope (2023) mostrou que 64% das mulheres afirmam já ter adoecido por tentar agradar a todos, mesmo contra sua vontade.
Para a psicóloga e terapeuta integrativa Laura Zambotto, essa realidade é recorrente no consultório. “Muitas mulheres sentem culpa só de imaginar dizer não. Elas acreditam que precisam ser sempre agradáveis e disponíveis. O resultado é um acúmulo de demandas que as afasta de si mesmas e gera esgotamento emocional”, afirma.
Especialistas em comportamento humano explicam que essa dificuldade está ligada a fatores culturais e sociais. “A mulher foi educada, por séculos, a ocupar o lugar de cuidadora e servidora. Essa expectativa permanece, mesmo quando ela ocupa papéis de liderança ou busca autonomia na vida pessoal”, acrescenta Laura.
O preço da boazinha, porém, é alto: ansiedade, baixa autoestima, depressão, esgotamento, dificuldade em relacionamentos e sintomas físicos como insônia, enxaquecas e dores musculares. Estudos recentes da USP também apontam que a falta de assertividade está relacionada ao aumento de casos de burnout entre mulheres, especialmente as que acumulam jornada dupla.
Para romper esse ciclo, especialistas defendem a importância de práticas de autoconhecimento e do fortalecimento da autoestima. “Aprender a dizer não é um ato de amor próprio e coragem. Quando a mulher se coloca em primeiro lugar, ela conquista relações mais equilibradas e preserva sua saúde emocional. A mulher pode continuar sendo uma pessoa boa, com princípios e valores, sem precisar agradar a todos ao seu redor”, conclui Laura.