A nutrição adequada é a chave para um desempenho ótimo em ciclismo, um exercício no qual a alimentação e a hidratação são fundamentais para evitar quedas de energia e lesões
A nutrição adequada é fundamental para os ciclistas, pois afeta diretamente a resistência, a força e a recuperação muscular. Um planejamento alimentar bem estruturado deve considerar as necessidades energéticas de cada fase da atividade, desde a preparação até a recuperação pós-treino.
Ou seja, os ciclistas precisam se concentrar em fornecer ao seu corpo o combustível certo para suportar o esforço físico! Nesse sentido, a escolha correta dos alimentos pode otimizar o rendimento e evitar quedas de energia ou fadiga precoce. Você gosta de usar a bicicleta para seus exercícios físicos? Continue a leitura para entender melhor como a alimentação influencia na atividade!
Pré-treino
O pré-treino é o momento responsável por garantir que o organismo tenha energia suficiente para suportar o esforço físico sem comprometer o desempenho. Isso significa que a alimentação antes do treino deve ser estratégica e direcionada à obtenção de uma fonte de energia estável e duradoura.
O consumo de carboidratos de baixo e médio índice glicêmico é recomendado para proporcionar energia de liberação gradual, evitando picos de glicose seguidos de quedas abruptas. Opções como banana, aveia, pão integral com mel ou batata-doce são indicadas para treinos de longa duração, pois fornecem uma fonte de energia constante e duradoura.
Já treinos mais curtos podem contar com fontes mais leves, como iogurte natural com frutas ou uma vitamina proteica com oleaginosas, que são mais fáceis de digerir e fornecem uma dose rápida de energia para o corpo.
Durante os treinos
Durante o exercício, a alimentação deve focar na manutenção dos níveis de energia e na reposição de eletrólitos perdidos pelo suor. Em pedais de curta duração, a hidratação com água ou bebidas isotônicas pode ser suficiente para manter os níveis de energia estáveis. No entanto, em treinos mais longos, especialmente acima de uma hora, a ingestão de carboidratos simples de rápida absorção se torna essencial.
Opções como frutas secas, géis energéticos, barras esportivas ou até pequenas porções de rapadura podem ajudar a evitar a fadiga e manter os níveis de energia estáveis. No entanto, é importante ajustar a quantidade de acordo com a intensidade e duração do treino, garantindo um fornecimento contínuo de energia sem sobrecarregar a digestão.
Isso significa que os ciclistas devem ingerir pequenas quantidades de bebidas energéticas ou consumir pequenas porções de carboidratos simples em intervalos regulares para evitar a sobrecarga e manter a energia estável durante o treino.
Pós-treino
A recuperação pós-treino é um dos momentos mais importantes para garantir a reposição do glicogênio muscular e a regeneração das fibras musculares. Isso é fundamental para reduzir o risco de lesões ou fadiga prolongada, permitindo que os ciclistas estejam prontos para o próximo treino.
A combinação de carboidratos e proteínas é essencial para acelerar a recuperação, pois os carboidratos ajudam a reabastecer as reservas de glicogênio muscular, enquanto as proteínas ajudam a reparar e regenerar as fibras musculares.
Boas opções incluem refeições que combinam proteínas magras com carboidratos integrais, como frango com arroz integral e legumes, ovos mexidos com pão integral ou um smoothie proteico com frutas e sementes. Além disso, a hidratação deve continuar sendo priorizada, incluindo a reposição de eletrólitos quando necessário.
Isso ajuda a manter a temperatura corporal estável, reduz a inflamação e promove a recuperação muscular. Ao combinar uma alimentação equilibrada com hidratação adequada, os ciclistas podem acelerar a recuperação e estar prontos para o próximo treino de forma eficaz.
Escolha adequada de alimentos
A escolha dos alimentos também deve ser ajustada conforme a intensidade e o tipo de treino. Para treinos leves ou de recuperação, refeições menos calóricas e mais leves são suficientes para manter os níveis de energia estáveis. Já em treinos de alta intensidade, é necessário maior aporte energético e maior quantidade de carboidratos para fornecer a energia necessária para o esforço físico.
Em provas longas ou treinos exaustivos, a suplementação pode ser necessária para manter o desempenho e evitar quedas bruscas de energia. Além disso, a individualização da dieta é fundamental para alcançar um equilíbrio nutricional adequado.
Cada ciclista tem necessidades específicas e requisitos energéticos diferentes, então é importante respeitar essas diferenças ao planejar a alimentação. É recomendável que os ciclistas trabalhem com um nutricionista ou um profissional de saúde para criar uma dieta personalizada que atenda às suas necessidades específicas e ajude a alcançar seus objetivos de treino.
Hidratação
A hidratação é um aspecto fundamental da nutrição esportiva que merece atenção em todas as fases do treino. A perda de líquidos e eletrólitos durante o exercício pode comprometer a performance e aumentar o risco de cãibras ou fadiga precoce.
A ingestão de água deve começar antes do treino e ser mantida regularmente durante a atividade, adaptando a quantidade de acordo com a duração e a intensidade do pedal.
Para treinos mais longos, bebidas isotônicas, água de coco ou até mesmo soluções caseiras com sal e carboidratos ajudam a manter o equilíbrio hídrico e eletrolítico, garantindo um melhor desempenho e uma recuperação mais eficiente.
O lipedema é uma doença crônica e progressiva caracterizada pelo acúmulo anormal de gordura, geralmente nas pernas, quadris e braços. Embora seja frequentemente confundido com obesidade ou retenção de líquidos, trata-se de um distúrbio vascular que afeta majoritariamente mulheres e que, se não tratado, pode comprometer a mobilidade, causar dor intensa e impactar significativamente a saúde física e emocional.
De acordo com o médico vascular Dr. Douglas Sterzza, referência no diagnóstico e tratamento do lipedema, muitas pacientes convivem por anos com a doença sem saber.
“O desconhecimento ainda é um dos maiores desafios. Muitas mulheres passam boa parte da vida acreditando que o problema é estético, quando na verdade se trata de uma doença que avança e gera complicações importantes se não for tratada adequadamente”, explica o especialista.
O que acontece quando o lipedema não recebe tratamento?
Quando não há acompanhamento médico, o lipedema tende a evoluir de maneira contínua, passando por estágios cada vez mais complexos. Segundo o Dr. Sterzza, a evolução pode acarretar:
Aumento progressivo do volume das pernas
O acúmulo de gordura tende a intensificar-se ao longo dos anos. O aumento de volume compromete o uso de roupas, gera sensação de peso e dificulta a mobilidade.
Dor crônica e sensibilidade exacerbada
A dor ao toque é um dos sintomas marcantes. Sem tratamento, ela se torna constante e passa a limitar atividades simples, como caminhar e subir escadas.
Formação de nódulos e endurecimento do tecido
Com o avanço da doença, ocorre a formação de nódulos, fibrose e endurecimento da gordura — estágio que exige abordagens terapêuticas mais complexas, muitas vezes cirúrgicas.
Sobrecarga do sistema linfático
O lipedema pode evoluir para lipo-linfedema, quando há prejuízo do sistema linfático. Isso provoca inchaço intenso, sensação de pernas “cheias” e maior dificuldade de locomoção.
Problemas vasculares associados
O excesso de peso nos membros inferiores favorece o surgimento de varizes e pode agravar quadros de insuficiência venosa.
“A associação entre lipedema e varizes é comum. Por isso, a avaliação vascular completa é fundamental”, reforça o Dr. Sterzza.
Impacto psicológico significativo
A evolução da doença também afeta o emocional. Baixa autoestima, ansiedade e até quadros depressivos são frequentes, agravados pelo julgamento social e pela demora no diagnóstico.
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A importância do diagnóstico precoce
O Dr. Douglas Sterzza destaca que identificar o lipedema ainda nos estágios iniciais possibilita controlar a progressão, reduzir sintomas e evitar tratamentos mais invasivos no futuro. Entre os principais sinais de alerta estão:
Acúmulo de gordura desproporcional nas pernas;
Dor e sensibilidade ao toque;
Inchaço persistente;
Histórico familiar;
Dificuldade de perder volume mesmo com dieta e exercícios.
Tratamento: é possível controlar o lipedema?
Embora não exista cura definitiva, o acompanhamento adequado permite controlar a doença e manter qualidade de vida. As principais estratégias incluem:
Drenagem linfática e terapias específicas;
Meias de compressão;
Exercícios orientados;
Controle alimentar;
Lipoaspiração especializada para lipedema, indicada em casos selecionados.
“Cada paciente precisa de uma abordagem individualizada. O mais importante é não ignorar os sintomas e buscar avaliação de um médico vascular experiente na doença”, ressalta o Dr. Sterzza. Se você suspeita de lipedema ou já convive com o diagnóstico, saiba que existem opções eficazes de tratamento. No blog, é possível acessar mais conteúdos educativos sobre sintomas, estágios e manejo da doença.
Quando o cérebro entra em sobrecarga, ele desliga. Literalmente. Esse fenômeno — conhecido como shutdown — é cada vez mais relatado por pessoas com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), mas ainda pouco compreendido pela maioria da população.
Apesar de parecer invisível, seus efeitos são profundos: a pessoa trava, perde a capacidade momentânea de pensar com clareza, falar, agir ou lidar com qualquer estímulo externo.
Segundo a psicóloga Sandra Villela, especialista em neurodiversidade e saúde emocional, esse apagão não é frescura, preguiça ou fraqueza.
“O shutdown é um mecanismo de defesa. Quando o cérebro percebe que está recebendo mais estímulos do que consegue processar, ele entra em modo de proteção. A mente simplesmente desliga para evitar um colapso maior”, explica. Quando o cérebro trava: o que é o shutdown?
Diferente da desatenção clássica do TDAH, o shutdown representa um estado de paralisia mental e emocional. Esse travamento pode ser desencadeado por uma soma de fatores: sobrecarga sensorial, excesso de demandas, conflitos emocionais, barulhos, interrupções constantes ou ambientes extremamente estimulantes.
Para muitos, é como se uma “pane” tomasse conta do corpo.
Outros descrevem como um esvaziamento interno, uma incapacidade de reagir ou responder.
Os sintomas mais comuns
Durante o shutdown, o corpo e a mente entram num modo de funcionamento mínimo. Entre os sinais mais relatados, estão:
Vontade súbita de se isolar: qualquer interação social se torna cansativa.
Bloqueio mental: dificuldade em pensar, decidir, organizar ideias ou responder perguntas simples.
Dificuldade de falar: expressar o que está acontecendo parece impossível.
Emoções intensas: irritação, frustração ou choro fácil, sem motivo claro.
Cansaço extremo: sensação de exaustão mental e física.
Sensibilidade sensorial: barulhos, luzes e toques se tornam incômodos ou dolorosos.
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De acordo com Sandra Villela, esses sinais são muito mais comuns do que se imagina.
“É muito comum ouvir pacientes dizerem que ‘travaram’ no meio do dia, numa reunião ou até em casa. Muitos acham que é uma falha pessoal, mas é apenas o cérebro pedindo socorro.” Por que isso acontece?
Pessoas com TDAH já lidam diariamente com um volume maior de estímulos internos: pensamentos rápidos, impulsividade, emoções intensas e dificuldades de regulação.
Quando o ambiente adiciona ainda mais demandas, o cérebro chega ao limite.
“Imagine um computador com muitas abas abertas, vários programas rodando ao mesmo tempo e ainda recebendo novas tarefas. Chega um momento em que ele trava. O cérebro de uma pessoa com TDAH funciona da mesma forma”, compara a psicóloga.
Como lidar com o shutdown
Segundo Sandra Villela, não existe “força de vontade” que resolva o shutdown no momento em que ele acontece. O que funciona é:
Com o tempo, criar rotinas de regulação emocional e conhecer seus próprios limites ajuda a reduzir a frequência e a intensidade desses episódios.
A importância de falar sobre isso
Mesmo sendo comum, o shutdown ainda é pouco discutido. No ambiente de trabalho, é frequentemente interpretado como desinteresse; nas relações pessoais, como frieza; e no cotidiano, como preguiça.
Essa falta de compreensão só aumenta o sofrimento emocional e a sensação de inadequação.
“Quando as pessoas entendem que não é fraqueza, mas uma resposta neurológica, tudo muda: o paciente se culpa menos e quem convive passa a oferecer suporte e não julgamento”, reforça Sandra Villela. Para quem vive com TDAH — e para quem convive
A mensagem principal é simples: o shutdown é real, tem explicação científica e merece atenção. Quanto mais falarmos sobre isso, mais pessoas poderão reconhecer o que sentem e buscar ajuda especializada.
Estudos apontam que a falta de limites está ligada ao aumento da ansiedade, da baixa autoestima e até do burnout feminino
Um dos maiores desafios emocionais das mulheres modernas não é apenas a sobrecarga de papéis, mas a incapacidade de estabelecer limites. Conhecida popularmente como “síndrome da boazinha”, essa dificuldade em dizer “não” leva muitas mulheres a aceitarem mais responsabilidades do que conseguem suportar, com impactos diretos em sua saúde mental e emocional.
Um estudo da Psychology Today revela que pessoas com dificuldade de negar pedidos apresentam níveis mais elevados de estresse e propensão a quadros depressivos. No Brasil, pesquisa do Ibope (2023) mostrou que 64% das mulheres afirmam já ter adoecido por tentar agradar a todos, mesmo contra sua vontade.
Para a psicóloga e terapeuta integrativa Laura Zambotto, essa realidade é recorrente no consultório. “Muitas mulheres sentem culpa só de imaginar dizer não. Elas acreditam que precisam ser sempre agradáveis e disponíveis. O resultado é um acúmulo de demandas que as afasta de si mesmas e gera esgotamento emocional”, afirma.
Especialistas em comportamento humano explicam que essa dificuldade está ligada a fatores culturais e sociais. “A mulher foi educada, por séculos, a ocupar o lugar de cuidadora e servidora. Essa expectativa permanece, mesmo quando ela ocupa papéis de liderança ou busca autonomia na vida pessoal”, acrescenta Laura.
O preço da boazinha, porém, é alto: ansiedade, baixa autoestima, depressão, esgotamento, dificuldade em relacionamentos e sintomas físicos como insônia, enxaquecas e dores musculares. Estudos recentes da USP também apontam que a falta de assertividade está relacionada ao aumento de casos de burnout entre mulheres, especialmente as que acumulam jornada dupla.
Para romper esse ciclo, especialistas defendem a importância de práticas de autoconhecimento e do fortalecimento da autoestima. “Aprender a dizer não é um ato de amor próprio e coragem. Quando a mulher se coloca em primeiro lugar, ela conquista relações mais equilibradas e preserva sua saúde emocional. A mulher pode continuar sendo uma pessoa boa, com princípios e valores, sem precisar agradar a todos ao seu redor”, conclui Laura.