Em uma pesquisa inédita, Ton Felix explora o impacto dos influenciadores digitais do YouTube e propõe métodos de ensino adaptativos para alunos neurodivergentes
No cenário educacional e cultural contemporâneo, Ton Felix não é apenas um observador, mas um pioneiro. Neurodivergente, diagnosticado com dislexia e TDAH, Felix superou barreiras significativas no sistema educacional tradicional, o que o impulsionou a conduzir um dos estudos mais profundos e originais sobre a interação entre neurodiversidade e tecnologia digital no Brasil. Seu livro, “Streampunks: Um Fenômeno Contemporâneo”, é resultado de uma extensa pesquisa que marca o primeiro estudo aprofundado do país sobre o tema.
Em entrevista, Felix compartilhou insights sobre seu processo: “Explorar como os Streampunks estão remodelando a mídia foi revelador. Minha neurodiversidade me permitiu abordar o tema de uma maneira única, focando em como as tecnologias podem facilitar caminhos inclusivos e inovadores na educação e comunicação.”
Globalmente, estima-se que cerca de 15% da população seja neurodivergente. No Brasil, dados indicam que mais de 10 milhões de pessoas têm algum tipo de condição neurodivergente, como autismo ou dislexia. Esses números destacam a necessidade de um sistema educacional que não apenas acomode, mas também valorize as diferenças no funcionamento cerebral.
Felix, utiliza recursos audiovisuais e fomenta a interação entre os alunos, por meio de dinâmicas inclusivas e adaptativas, que considera fundamentais em todos os níveis educacionais, do ensino fundamental ao superior. Enfatiza, a importância de adaptar as avaliações para atender às necessidades individuais de cada estudante, especialmente aqueles com neurodivergências, como por exemplo, a realização da leitura de provas para alunos com déficit de atenção e hiperatividade.
A capacitação de professores e coordenadores é crucial para implementar essas metodologias inclusivas, garantindo que todos os alunos tenham a oportunidade de acessar o mesmo conteúdo sem serem prejudicados por suas dificuldades. Acredito firmemente que a educação é um processo contínuo de construção, sempre evoluindo e se adaptando, o que torna essencial o investimento constante na formação de professores para enfrentarem os desafios e as mudanças constantes no campo educacional.
Os pais devem atentar-se à necessidade e ao comportamento de seus filhos, existem vários recursos e especialistas hoje em dia que conhecem o assunto, podendo auxiliar a família a captar e adaptar tratamentos de acordo com a necessidade dos pequenos e não apenas medicá-las, acrescenta o autor.
Seu livro aprofunda-se na influência crescente dos influenciadores digitais, particularmente aqueles no YouTube, conhecidos como Streampunks. Estes criadores estão desafiando as normas tradicionais da indústria de mídia, oferecendo novas formas de conteúdo e interação que ressoam com uma audiência global. Felix argumenta que esta nova onda de produção de mídia não só democratiza o conteúdo, mas também proporciona uma plataforma para vozes frequentemente marginalizadas, incluindo aquelas da comunidade neurodivergente.
A obra de Felix é um chamado à ação para educadores, criadores de políticas e líderes culturais para reconhecer e integrar a neurodiversidade em todos os aspectos da sociedade. “Nossa meta deve ser uma educação que não só inclua, mas celebre as diferenças, utilizando a tecnologia para abrir novos caminhos e possibilidades para todos”, conclui Felix.
Este livro não apenas destaca uma pesquisa crucial, mas também serve como um guia para futuras políticas educacionais e culturais, oferecendo um novo paradigma para a inclusão e o reconhecimento da neurodiversidade na era digital.
Sobre o autor:
Ton Felix é um jornalista e acadêmico cuja carreira foi moldada pela intersecção entre tecnologia digital, educação e neurodiversidade. Seu trabalho pioneiro tem influenciado o pensamento sobre como a cultura digital pode ser moldada para ser mais inclusiva e representativa de todas as formas de diversidade humana.