Empresário de Praia Grande (SP) construiu uma trajetória sólida no setor público, levando a ESTRUTURAL de um pequeno galpão à atuação em várias regiões do país
Pouca estrutura, nenhum investimento e um setor competitivo dominado por nomes já consolidados. Foi nesse cenário que Alexandre Milani das Chagas decidiu abrir a própria empresa, em 1996, no litoral paulista. Sem diploma e com pouca margem para erro, ele começou a ESTRUTURAL com o que tinha: experiência prática, disposição para o trabalho e um histórico de quem aprendeu fazendo.
Hoje, 29 anos depois, a empresa é referência em obras públicas que envolvem estruturas metálicas, serralheria, quadras esportivas e playgrounds, atendendo prefeituras e instituições em várias regiões do Brasil. Uma trajetória que não foi acelerada por capital, mas construída em ritmo constante, com persistência e decisões certeiras ao longo de três décadas.
A experiência de Alexandre no mercado começou muito antes da abertura do CNPJ. Ainda jovem, trabalhou como office boy em um banco em Goiás, vendeu livros escolares de porta em porta e ajudou o pai na produção de mobiliário para escolas. Foi nesse ambiente que desenvolveu o olhar técnico, a noção de gestão e o contato direto com as necessidades do setor público.
Quando decidiu fundar a ESTRUTURAL, sabia que não seria fácil. Além da falta de recursos, havia o desafio de competir com empresas experientes, já conhecidas nos processos licitatórios. “Tivemos que abrir espaço onde ele praticamente não existia. A gente ganhava confiança no detalhe, na entrega, no cuidado com cada projeto”, relembra.
Aos poucos, vieram os primeiros contratos e a empresa se consolidou como fornecedora para escolas, espaços públicos e obras de infraestrutura básica. A atuação passou a abranger a montagem de coberturas metálicas, reforma de quadras, instalação de equipamentos de lazer e serviços de serralheria sob medida. Sempre com foco no setor público.
Durante a pandemia de COVID-19, a empresa foi acionada para um projeto emergencial: a construção de coberturas metálicas que serviriam como UTIs móveis em diversas cidades. A entrega foi rápida, dentro do prazo, em meio a um cenário de instabilidade e urgência. “Foi uma das experiências mais marcantes que tivemos. Sabíamos o quanto aquela estrutura significava para as pessoas. E conseguimos entregar”, diz Alexandre.
Com o crescimento da empresa, ele passou a diversificar os investimentos. A afinidade com o campo, presente desde a infância, abriu caminho para a entrada no agronegócio. Hoje, Milani também atua na produção de leite de búfala, distribuído para laticínios da região, e no mercado imobiliário, com foco em propriedades rurais.
Mesmo sem formação acadêmica formal, ele construiu uma trajetória consistente, baseada na prática, no trabalho constante e em decisões que sempre buscaram equilíbrio entre propósito e resultado. “Nunca deixei de acreditar. E tudo o que foi construído até aqui veio do esforço, do dia a dia, não de atalhos.”
Hoje, Alexandre Milani segue à frente de uma operação discreta, mas estratégica. Sem vitrine nas redes sociais e longe dos holofotes, a empresa continua sendo chamada para entregar soluções técnicas com eficiência em cidades de diferentes portes. Uma atuação que, mesmo sem grande exposição, se sustenta no que de fato importa: entrega, confiança e constância.