A recente decisão da Caixa Econômica Federal de elevar o percentual financiado para até 80% do valor dos imóveis promete movimentar significativamente o mercado imobiliário nos próximos meses. A medida deve impulsionar as vendas, reduzir o estoque de unidades e gerar novos empregos no setor da construção civil. Segundo a própria instituição, a expectativa é financiar mais de 80 mil moradias até o fim do ano.
De acordo com a corretora de imóveis de alto padrão, Cristiane Cysneiros, a mudança amplia as oportunidades para quem sonha com a casa própria. “Com o aumento do financiamento, mais famílias terão acesso ao crédito e poderão investir em imóveis novos, o que fortalece tanto o mercado primário quanto o de revenda”, afirma.
Os maiores beneficiados são os compradores de classe média, com renda entre R$ 8 mil e R$ 12 mil, além de quem busca o primeiro imóvel.
Famílias interessadas em subir de padrão também se favorecem da medida, já que imóveis de até R$ 2,25 milhões podem utilizar o FGTS no financiamento, o que amplia o alcance da política.
O aumento da oferta de crédito tende a impactar também os preços dos imóveis e o comportamento dos investidores. Com a demanda em alta, o valor médio do metro quadrado deve subir em regiões mais valorizadas. Dados do FipeZAP apontam preço médio nacional de R$ 9.100/m², enquanto Recife apresenta R$ 8.404/m², segundo levantamento da MySide (outubro/2025), chegando a R$ 7.900/m² em bairros nobres.
“Investidores enxergam nesse momento uma oportunidade de valorização e liquidez no médio prazo”, observa Cristiane.
A flexibilização está diretamente relacionada ao equilíbrio entre as fontes de recursos. Com menor captação na poupança e bom desempenho do FGTS, a Caixa ajustou as regras para manter o crédito ativo e estimular o setor. A medida também visa impulsionar a economia, já que a construção civil é uma das áreas que mais geram empregos diretos e indiretos.
Para quem pretende financiar um imóvel, o momento é favorável, mas exige planejamento. É importante simular parcelas, comparar taxas entre bancos, avaliar o Custo Efetivo Total (CET) e garantir que o financiamento caiba no orçamento. “Financiar um percentual maior reduz o valor de entrada, mas aumenta o custo final. O ideal é sempre manter uma reserva para evitar inadimplência e preservar a segurança financeira”, orienta a corretora.
Antes da medida, o setor já apresentava crescimento consistente. Segundo dados da ABECIP, houve aumento de 16% nos financiamentos no início de 2025. Agora, com a nova regra, o cenário tende a acelerar, impulsionando novas construções e consolidando a confiança de construtoras e investidores.
Fontes: Agência Brasil, Infomoney, ABECIP, FipeZAP, MySide, Secovi-PE, CNN Brasil, Governo Federal.