Osmar Cassio Saito médico especialista em radiologia e diagnóstico do laboratório CDB Alliança, esclarece as principais dúvidas e reforça a importância de manter os exames em dia
A tireoide é uma glândula em forma de borboleta localizada na parte anterior pescoço, logo abaixo da região conhecida como Pomo de Adão (ou popularmente, gogó). A saúde dela é essencial para o bom funcionamento do corpo humano. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) cerca de 750 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem de alguma patologia da tireoide. Desses, aproximadamente 60% não sabem que têm problemas na glândula. Osmar Cassio Saito médico especialista em radiologia e diagnóstico do laboratório CDB – Alliança e Médico supervisor no setor de Radiologia dos Hospital das Clínicas da USP, explica os mitos e verdades em torno das doenças da tireoide e a importância de a qualquer sinal de disfunção buscar-se um endocrinologista:
1.Somente adultos tem problema na tireoide – MITO
Crianças também podem apresentar distúrbio na glândula, que pode levá-las a terem problemas de crescimento. A forma mais grave de hipotireoidismo é a congênita, que ocorre no recém-nascido. Se não diagnosticado e não tratado, pode causar retardo mental irreversível. “É importante os pais de acompanharem o desenvolvimento das crianças os levando regularmente ao pediatra para caso haja algum sintoma, o tratamento possa ser logo iniciado. Embora raro, as crianças maiores e adolescentes que apresentem aumento cervical assimétrico do pescoço, poderão estar relacionados a nódulos da tireoide, apesar de a grande maioria ser benigna, uma mínima parcela poderá apresentar tumores de tireoide (0,04 casos por milhão)”, explica o Dr Osmar Saito.
2. Posso saber se tenho uma disfunção com exames de sangue – VERDADE
Os testes que detectam alterações na função tireoidiana envolvem, justamente, medir a dosagem de certos hormônios na circulação sanguínea. “Nem sempre o exame de sangue é suficiente para detectar alteração na glândula, e outros exames, como ecografia, pode ser solicitado para confirmar o quadro”, conta Dr. Osmar Saito.
3.Toda pessoa com hipotiroidismo engorda. – MITO
Embora o ganho de peso seja uma das manifestações clínicas do hipotireoidismo, existem muitas pessoas portadores da disfunção da tireoide que não apresentam essa queixa. Quando ocorre, o ganho de peso é pequeno. “Muitos pacientes com a doença engordam pelo estilo de vida que levam, mas na maioria dos casos é simplesmente uma questão de mudar hábitos”, relata Dr. Osmar.
4.Cansaço extremo pode ser alguma alteração na tireoide – VERDADE
Entre alguns dos sintomas relacionados ao hipotiroidismo estão a sonolência excessiva, falta de disposição, lentidão e dificuldade para exercer as tarefas e funções habituais. “Além desses sintomas alguns pacientes relatam também esquecimento fácil, tristeza, intestino preso, ressecamento da pele e dos cabelos e unhas fracas”, explica a Dr. Osmar Saito.
5. Todo nódulo de tireoide é câncer – MITO
O principal sinal do câncer de tireoide é um caroço (nódulo) na tireoide, porém em boa parte dos casos, esse tumor não apresenta qualquer sintoma. “É comum o médico descobrir o nódulo durante um exame físico de rotina. O diagnóstico do câncer de tireoide é feito inicialmente com a punção aspirativa por agulha fina (biópsia) do nódulo de tireoide ou após sua remoção por cirurgia. Mas a maioria dos nódulos é benigna” (90%), conclui o radiologista.
Sobre a Alliança:
A Alliança Saúde, um Grupo composto por 15 marcas de referência em diagnósticos por imagem, exames laboratoriais, exames genéticos, medicina nuclear e vacinas. A Companhia foi fundada em 2010 com a fusão de quatro empresas líderes do setor de diagnóstico médico por imagem nas cidades de Belo Horizonte, Juiz de Fora, Campo Grande e São José dos Campos. Com mais de 5 mil colaboradores e cerca de 1,2 mil médicos parceiros, estamos presentes em 13 estados brasileiros, com 116 unidades de atendimento. Formamos uma Alliança pela qualidade, inovação e alta eficiência no cuidado com os nossos pacientes.
Nossos centros de medicina diagnóstica pelo Brasil são:
· Axial, Nuclear, São Judas Tadeu e Cedimagem (Minas Gerais)
· CDB e Plani (São Paulo)
· Cedimagem, ProEcho e Cepem (Rio de Janeiro)
· CSD (Pará)
· Delfin (Bahia, Paraíba e Rio Grande do Norte)
· Di Imagem e Multilab (Mato Grosso do Sul)
· Multilab (AM)
· Multiscan (Espírito Santo)
· Sabedotti (Paraná)
Entendemos que Allianças criam vínculos. E os vínculos nos tornam mais fortes. É nisso que nós acreditamos e investimos. Por isso, atuamos para transformar a medicina, tornando-a cada vez mais humana, acessível e de qualidade. Para conhecer mais sobre nossas marcas e descobrir como estamos revolucionando o setor de saúde no Brasil, acesse nosso site: https://www.allianca.com/ .
O lipedema é uma doença crônica e progressiva caracterizada pelo acúmulo anormal de gordura, geralmente nas pernas, quadris e braços. Embora seja frequentemente confundido com obesidade ou retenção de líquidos, trata-se de um distúrbio vascular que afeta majoritariamente mulheres e que, se não tratado, pode comprometer a mobilidade, causar dor intensa e impactar significativamente a saúde física e emocional.
De acordo com o médico vascular Dr. Douglas Sterzza, referência no diagnóstico e tratamento do lipedema, muitas pacientes convivem por anos com a doença sem saber.
“O desconhecimento ainda é um dos maiores desafios. Muitas mulheres passam boa parte da vida acreditando que o problema é estético, quando na verdade se trata de uma doença que avança e gera complicações importantes se não for tratada adequadamente”, explica o especialista.
O que acontece quando o lipedema não recebe tratamento?
Quando não há acompanhamento médico, o lipedema tende a evoluir de maneira contínua, passando por estágios cada vez mais complexos. Segundo o Dr. Sterzza, a evolução pode acarretar:
Aumento progressivo do volume das pernas
O acúmulo de gordura tende a intensificar-se ao longo dos anos. O aumento de volume compromete o uso de roupas, gera sensação de peso e dificulta a mobilidade.
Dor crônica e sensibilidade exacerbada
A dor ao toque é um dos sintomas marcantes. Sem tratamento, ela se torna constante e passa a limitar atividades simples, como caminhar e subir escadas.
Formação de nódulos e endurecimento do tecido
Com o avanço da doença, ocorre a formação de nódulos, fibrose e endurecimento da gordura — estágio que exige abordagens terapêuticas mais complexas, muitas vezes cirúrgicas.
Sobrecarga do sistema linfático
O lipedema pode evoluir para lipo-linfedema, quando há prejuízo do sistema linfático. Isso provoca inchaço intenso, sensação de pernas “cheias” e maior dificuldade de locomoção.
Problemas vasculares associados
O excesso de peso nos membros inferiores favorece o surgimento de varizes e pode agravar quadros de insuficiência venosa.
“A associação entre lipedema e varizes é comum. Por isso, a avaliação vascular completa é fundamental”, reforça o Dr. Sterzza.
Impacto psicológico significativo
A evolução da doença também afeta o emocional. Baixa autoestima, ansiedade e até quadros depressivos são frequentes, agravados pelo julgamento social e pela demora no diagnóstico.
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A importância do diagnóstico precoce
O Dr. Douglas Sterzza destaca que identificar o lipedema ainda nos estágios iniciais possibilita controlar a progressão, reduzir sintomas e evitar tratamentos mais invasivos no futuro. Entre os principais sinais de alerta estão:
Acúmulo de gordura desproporcional nas pernas;
Dor e sensibilidade ao toque;
Inchaço persistente;
Histórico familiar;
Dificuldade de perder volume mesmo com dieta e exercícios.
Tratamento: é possível controlar o lipedema?
Embora não exista cura definitiva, o acompanhamento adequado permite controlar a doença e manter qualidade de vida. As principais estratégias incluem:
Drenagem linfática e terapias específicas;
Meias de compressão;
Exercícios orientados;
Controle alimentar;
Lipoaspiração especializada para lipedema, indicada em casos selecionados.
“Cada paciente precisa de uma abordagem individualizada. O mais importante é não ignorar os sintomas e buscar avaliação de um médico vascular experiente na doença”, ressalta o Dr. Sterzza. Se você suspeita de lipedema ou já convive com o diagnóstico, saiba que existem opções eficazes de tratamento. No blog, é possível acessar mais conteúdos educativos sobre sintomas, estágios e manejo da doença.
Quando o cérebro entra em sobrecarga, ele desliga. Literalmente. Esse fenômeno — conhecido como shutdown — é cada vez mais relatado por pessoas com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), mas ainda pouco compreendido pela maioria da população.
Apesar de parecer invisível, seus efeitos são profundos: a pessoa trava, perde a capacidade momentânea de pensar com clareza, falar, agir ou lidar com qualquer estímulo externo.
Segundo a psicóloga Sandra Villela, especialista em neurodiversidade e saúde emocional, esse apagão não é frescura, preguiça ou fraqueza.
“O shutdown é um mecanismo de defesa. Quando o cérebro percebe que está recebendo mais estímulos do que consegue processar, ele entra em modo de proteção. A mente simplesmente desliga para evitar um colapso maior”, explica. Quando o cérebro trava: o que é o shutdown?
Diferente da desatenção clássica do TDAH, o shutdown representa um estado de paralisia mental e emocional. Esse travamento pode ser desencadeado por uma soma de fatores: sobrecarga sensorial, excesso de demandas, conflitos emocionais, barulhos, interrupções constantes ou ambientes extremamente estimulantes.
Para muitos, é como se uma “pane” tomasse conta do corpo.
Outros descrevem como um esvaziamento interno, uma incapacidade de reagir ou responder.
Os sintomas mais comuns
Durante o shutdown, o corpo e a mente entram num modo de funcionamento mínimo. Entre os sinais mais relatados, estão:
Vontade súbita de se isolar: qualquer interação social se torna cansativa.
Bloqueio mental: dificuldade em pensar, decidir, organizar ideias ou responder perguntas simples.
Dificuldade de falar: expressar o que está acontecendo parece impossível.
Emoções intensas: irritação, frustração ou choro fácil, sem motivo claro.
Cansaço extremo: sensação de exaustão mental e física.
Sensibilidade sensorial: barulhos, luzes e toques se tornam incômodos ou dolorosos.
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De acordo com Sandra Villela, esses sinais são muito mais comuns do que se imagina.
“É muito comum ouvir pacientes dizerem que ‘travaram’ no meio do dia, numa reunião ou até em casa. Muitos acham que é uma falha pessoal, mas é apenas o cérebro pedindo socorro.” Por que isso acontece?
Pessoas com TDAH já lidam diariamente com um volume maior de estímulos internos: pensamentos rápidos, impulsividade, emoções intensas e dificuldades de regulação.
Quando o ambiente adiciona ainda mais demandas, o cérebro chega ao limite.
“Imagine um computador com muitas abas abertas, vários programas rodando ao mesmo tempo e ainda recebendo novas tarefas. Chega um momento em que ele trava. O cérebro de uma pessoa com TDAH funciona da mesma forma”, compara a psicóloga.
Como lidar com o shutdown
Segundo Sandra Villela, não existe “força de vontade” que resolva o shutdown no momento em que ele acontece. O que funciona é:
Com o tempo, criar rotinas de regulação emocional e conhecer seus próprios limites ajuda a reduzir a frequência e a intensidade desses episódios.
A importância de falar sobre isso
Mesmo sendo comum, o shutdown ainda é pouco discutido. No ambiente de trabalho, é frequentemente interpretado como desinteresse; nas relações pessoais, como frieza; e no cotidiano, como preguiça.
Essa falta de compreensão só aumenta o sofrimento emocional e a sensação de inadequação.
“Quando as pessoas entendem que não é fraqueza, mas uma resposta neurológica, tudo muda: o paciente se culpa menos e quem convive passa a oferecer suporte e não julgamento”, reforça Sandra Villela. Para quem vive com TDAH — e para quem convive
A mensagem principal é simples: o shutdown é real, tem explicação científica e merece atenção. Quanto mais falarmos sobre isso, mais pessoas poderão reconhecer o que sentem e buscar ajuda especializada.
Estudos apontam que a falta de limites está ligada ao aumento da ansiedade, da baixa autoestima e até do burnout feminino
Um dos maiores desafios emocionais das mulheres modernas não é apenas a sobrecarga de papéis, mas a incapacidade de estabelecer limites. Conhecida popularmente como “síndrome da boazinha”, essa dificuldade em dizer “não” leva muitas mulheres a aceitarem mais responsabilidades do que conseguem suportar, com impactos diretos em sua saúde mental e emocional.
Um estudo da Psychology Today revela que pessoas com dificuldade de negar pedidos apresentam níveis mais elevados de estresse e propensão a quadros depressivos. No Brasil, pesquisa do Ibope (2023) mostrou que 64% das mulheres afirmam já ter adoecido por tentar agradar a todos, mesmo contra sua vontade.
Para a psicóloga e terapeuta integrativa Laura Zambotto, essa realidade é recorrente no consultório. “Muitas mulheres sentem culpa só de imaginar dizer não. Elas acreditam que precisam ser sempre agradáveis e disponíveis. O resultado é um acúmulo de demandas que as afasta de si mesmas e gera esgotamento emocional”, afirma.
Especialistas em comportamento humano explicam que essa dificuldade está ligada a fatores culturais e sociais. “A mulher foi educada, por séculos, a ocupar o lugar de cuidadora e servidora. Essa expectativa permanece, mesmo quando ela ocupa papéis de liderança ou busca autonomia na vida pessoal”, acrescenta Laura.
O preço da boazinha, porém, é alto: ansiedade, baixa autoestima, depressão, esgotamento, dificuldade em relacionamentos e sintomas físicos como insônia, enxaquecas e dores musculares. Estudos recentes da USP também apontam que a falta de assertividade está relacionada ao aumento de casos de burnout entre mulheres, especialmente as que acumulam jornada dupla.
Para romper esse ciclo, especialistas defendem a importância de práticas de autoconhecimento e do fortalecimento da autoestima. “Aprender a dizer não é um ato de amor próprio e coragem. Quando a mulher se coloca em primeiro lugar, ela conquista relações mais equilibradas e preserva sua saúde emocional. A mulher pode continuar sendo uma pessoa boa, com princípios e valores, sem precisar agradar a todos ao seu redor”, conclui Laura.