Auddas, 87Labs, BTB Soluções e Montanari Tecnologia destacam tendências e avanço de parcerias voltadas às práticas ESG e às novas tecnologias
Em um contexto global marcado por mudanças nas dinâmicas de investimentos em sustentabilidade, muitas empresas brasileiras têm liderado um movimento crescente de parcerias e aportes em startups com foco em práticas ESG (ambientais, sociais e de governança). A estratégia vai além da reputação e envolve a incorporação efetiva de soluções inovadoras para elevar a eficiência operacional, descarbonizar cadeias produtivas e fomentar novos modelos de negócio.
Julian Tonioli, CEO da Auddas Consultoria Empresarial, ressalta a importância da especialização dessas parcerias. “As grandes corporações têm buscado startups ‘best in class’ para projetos críticos que abrangem desde o uso eficiente de recursos hídricos e energéticos até a obtenção de créditos de carbono e a descarbonização de processos industriais. Além disso, avançam na construção de ecossistemas tecnológicos e serviços financeiros que fortalecem a inovação sustentável”, afirma Tonioli. Segundo ele, esses investimentos evidenciam uma mudança estrutural, onde a inovação aliada à sustentabilidade se torna um diferencial competitivo imprescindível em setores pressionados por consumidores, investidores e regulações ambientais.
Na BTB Soluções, o compromisso com o ESG também reflete mudanças significativas no mercado. Bruno Gomes, CEO da empresa, destaca que a incorporação de novas tecnologias e a busca por certificações socioambientais são imperativos para a sustentabilidade dos negócios. “Temos investido em parcerias tecnológicas que otimizam processos e reduzem custos, acompanhando um movimento maior de clientes como Vale, Johnson & Johnson e GSK, que juntos somam investimentos superiores a US$ 8 bilhões em inovação nos últimos quatro anos, sobretudo na área da saúde. Essas organizações aceleram soluções disruptivas, que levariam muito mais tempo para serem desenvolvidas internamente”, comenta Gomes.
Por sua vez, a 87Labs, por meio de seu Head de Investimentos, Daniel Pisano, aponta uma mudança global no perfil dos investimentos em sustentabilidade. “Enquanto o Brasil segue uma trajetória de crescimento e consolidação desse segmento, o cenário internacional tem se reconfigurado. Nos Estados Unidos, a redução de aportes em startups verdes reflete alterações ideológicas e na Europa, parte dos recursos têm sido direcionados a iniciativas de defesa. Mesmo assim, a agenda ESG mantém-se estratégica em diferentes mercados, pois companhias que alinham crescimento e sustentabilidade atraem mais capital a médio e longo prazo”, explica Pisano.
Fábio Montanari, CEO da Montanari Tecnologia, reforça o papel da inteligência de dados na aceleração da agenda ESG. “Acreditamos que a tecnologia deve ser um vetor de impacto positivo. Nossos investimentos em startups verdes estão focados em soluções que combinam automação, análise preditiva e rastreabilidade ambiental, permitindo que empresas tomem decisões mais responsáveis e eficientes. É uma jornada que une propósito, inovação e resultados mensuráveis”, afirma Montanari.
O cenário brasileiro, impulsionado por uma crescente pressão regulatória, demanda por transparência e investimento responsável, e crescente conscientização dos consumidores, posiciona o país como polo promissor para a inovação sustentável. Assim, o país avança na contramão de algumas tendências internacionais, consolidando-se como palco de oportunidades estratégicas para grandes empresas e startups que lideram a transformação socioambiental.